Tipologia de publicação: Livro
Responsabilidade: Hugo Monteiro, Isabel Timóteo e Ana Bravo (Coord.)
Autores/as: Ana Bertão, Ana Bravo, Ana Luísa Vinhas, Andreia Oliveira, Cristiana Guimarães, Francisca Matos, Francisca Weiner, Hugo Monteiro, Isabel Timóteo, Ivaneide Mendes, Joana Cruz, João Ferreira, José Soeiro, Manuela Pessanha, Marta Meireles, Rui Costa, Sílvia Barros e Teresa Alves Martins
Língua: Português
Data de publicação: Março de 2024
Número de páginas: 200
Acesso: https://www.booki.pt/userfiles/files/loja/preview/9789899177369.pdf
Apresentação
Este livro não é um manual, nem um breviário, muito menos uma “sebenta”.
Estamos perante um manual do contra, em que a formulação “contra-manual” pretende acautelar como duplo preceito da Investigação-Ação Participativa: a sua aversão a receitas e a fórmulas; a sua configuração dialógica e crítica.
Trata-se, acima de tudo, de um encontro de resistências, um coro diversificado de revoltas contra a falta de imaginação metodológica; um protesto organizado contra os monólogos institucionais e contra o estreitamento geral da ação democratizadora do trabalho social.
Pelo caminho, recusa, também, os percursos de formação e de investigação exercidos como cadernos de encargos, balancetes sem chama ou processos exangues de produtivismo académico.
Na academia como nas profissões, no ativismo como no trabalho social, a metodologia é (e deve ser preservada como) um foco de disputa. Sob a hegemonia de uma visão produtivista e homogénea, que menospreza o trabalho da crítica e o florescer de alternativas, o campo metodológico reduz-se cada vez mais à tecnocracia, à tirania do resultado e ao ditado da quantificação. Os processos participativos, rebeldes à linearidade dos planos ou à rigidez das convenções, são alvos preferenciais de processos de validação profissional e epistemológica de natureza hierárquica, empresarial e modelada pelos mercados. Subsiste a lógica da manualização mais simplista, com cada vez menos contraponto e resistência.
Partindo da Investigação-Ação Participativa, no seu desígnio de transformação reflexiva, acolhemos um conjunto diverso de processos e de práticas, assentes ou não na especificidade desta metodologia, que se encontre com os seus pressupostos político-metodológicos, na construção conjunta, horizontal e partilhada de conhecimento (científico, pedagógico, artístico ou cultural).
O livro está organizado em 12 capítulos, na Parte I são apresentados projetos de Investigação-Ação Participativa desenvolvidos em territórios socioeducativos distintos e a Parte II argumenta e aprofunda alguns dos princípios epistemológicos, ético-políticos e metodológicos que sustentam e impulsionam uma investigação e uma intervenção transgressivas. Por fim, é apresentado o “Manifesto para uma necessária reconstrução do trabalho social: do estado do trabalho social a um trabalho social do Estado”.
