Maria Coelho Rosa[1]Between – partnerships 4 development – Mestrado – Diretora Técnica., Natacha Gonçalves[2]Sigmamente – Licenciatura (pré Bolonha) – Presidente da Direção. & Rosa Coelho[3]MARCA – Associação de Desenvolvimento Local – Mestrado – Presidente da Direção.
Resumo:
O projeto “À Volta das Conversas” surgiu em contexto pandémico e tem por objetivo promover a saúde mental e o bem-estar de jovens, tendo como estratégia o incentivo à sua participação cívica. Aposta no desenvolvimento de competências sociais e emocionais que possam ser mobilizadas para a resposta a situações vividas como adversas, incentivando à organização enquanto grupo e reforçando a resiliência. O projeto tem, ainda, por objetivo capacitar profissionais em contato direto com jovens e disponibilizar ferramentas no reforço de fatores protetores de saúde mental. A intervenção realizada utilizou a metodologia subjacente ao programa “Círculos de Cidadania”, já implementada em contexto escolar e comunitário. O projeto foi desenvolvido em três Agrupamentos de Escolas distintos, com características diferentes (meio urbano, metropolitano e rural), e numa escola profissional. Pretende-se com este trabalho apresentar os resultados obtidos, os principais desafios vividos e recomendações para intervenções futuras, nomeadamente a necessidade de praticar uma tomada de consciência de si, na relação consigo mesmo, com o outro e com o ambiente ao seu redor.
Palavras-chave: Participação; Saúde Mental; Bem-estar; Adolescência.
Abstract:
The “À Volta das Conversas” project emerged in the context of the pandemic and aims to promote the mental health and well-being of young people, with the strategy of encouraging their civic participation. It focuses on developing social and emotional skills that can be mobilised to respond to situations experienced as adverse, encouraging them to organise themselves as a group and strengthening their resilience. The project also aims to train professionals in direct contact with young people and provide tools to strengthen protective mental health factors. The intervention used the methodology underlying the “Citizenship Circles” programme, which has already been implemented in school and community contexts. The project was carried out in three different school groups with different characteristics (urban, metropolitan and rural) and a vocational school. The aim of this work is to present the results obtained, the main challenges experienced and recommendations for future interventions, namely the need to practise self-awareness in relation to oneself, others and the surrounding environment.
Keywords: Participation; Mental Health; Well-being; Adolescence.
Resumen:
El proyecto “À Volta das Conversas” surgió en el contexto de la pandemia y tiene como objetivo promover la salud mental y el bienestar de los jóvenes, con la estrategia de fomentar su participación cívica. Se centra en el desarrollo de habilidades sociales y emocionales que puedan movilizar para responder a situaciones vividas como adversas, animándoles a organizarse como grupo y reforzando su resiliencia. El proyecto también pretende formar a los profesionales en contacto directo con los jóvenes y proporcionar herramientas para reforzar los factores protectores de la salud mental. La intervención utilizó la metodología subyacente en el programa “Círculos de Ciudadanía”, que ya se ha aplicado en contextos escolares y comunitarios. El proyecto se llevó a cabo en tres grupos escolares con características diferentes (urbano, metropolitano y rural) y en una escuela de formación profesional. El objetivo de este trabajo es presentar los resultados obtenidos, los principales retos experimentados y las recomendaciones para futuras intervenciones, a saber, la necesidad de practicar la autoconciencia en relación con uno mismo, los demás y el entorno circundante.
Palabras clave: Participación; Salud Mental; Bienestar; Adolescencia.
Introdução[4]Um especial agradecimento a Ana Plantier, Augusto Carreira, Débora Timossi, Inês Vidigal, Paula Salgado, Raquel Pedro, Sónia Coelho e Telmo Fernandes, bem como a todos os alunos e alunas e … Continue a ler
Vivemos um importante momento como Humanidade, caracterizado por uma multiplicidade de crises (climática, conflitos sociais, polarizações, migração, transformação digital, guerras, desigualdades sociais, etc.), que requerem uma transição de uma realidade de escassez, desigualdade e destruição para a criação conjunta de uma realidade humana, conectada à inteligência sistémica do nosso planeta, tornando-se vital mudar crenças e escolher novos comportamentos. Tal mudança é também percebida como a 3ª Grande Viragem da Humanidade pela Ecologia Profunda (Macy & Johnstone, 2021).
Esta é uma transformação com desafios complexos que exigem uma nova abordagem de liderança e de aprendizagem. Uma abordagem que engaja/envolve as pessoas, estimula o protagonismo e a criatividade e facilita processos de criação de soluções, resolução de conflitos e tomada de decisões. Apela ao praticar a cidadania de facto, com consciência planetária. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU[5]Disponível em https://ods.pt/., que estimulam ações em áreas cruciais para a Humanidade e o planeta, podem ser um guia para esta transformação (Coelho-Rosa et al., 2022).
Simultaneamente, um grande número de estudos indica que a participação cívica não só beneficia as nossas comunidades, como também tem benefícios positivos para nós, enquanto indivíduos, reduzindo o isolamento e criando ligações com pessoas e instituições para além de nós próprios. De acordo com Budziszewska e Głód (2021), a promoção de ativismo junto de jovens está associada a um maior sentido de ação, a um sentimento de pertença a uma comunidade, a um sentido de dever e de integridade ética, de encontrar a sua voz e de aprender novas competências, e a um sentido de crescimento pessoal.
Do mesmo modo, a teoria do Desenvolvimento Positivo dos Jovens destaca o papel fundamental do envolvimento da comunidade na formação do bem-estar dos jovens, tal como se manifesta nos cinco Cs: competência, confiança, conexão, cuidado e carácter. Todos estes elementos constituem a plataforma para experimentar o sexto C; nomeadamente, a contribuição (Lerner et al., 2005). De acordo com a Psicologia Positiva, o envolvimento em comportamentos pró-sociais e na comunidade pode acelerar a felicidade, satisfação com a vida e esperança, através do reforço da via e do pensamento atuante (Egan et al., 2008). Por último, o desenvolvimento sociopolítico e anti-opressão postula que o envolvimento cívico pode permitir que os jovens lutem pelas mudanças estruturais que podem melhorar e capacitar indivíduos e comunidades (Ballard & Syme, 2016). Quando os alunos se empenham em melhorar o mundo, para além de promoverem a sua aprendizagem, melhoram o seu bem-estar individual (Ludden, 2011; Schacter & Margolin, 2019).
O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (Martins et al., 2017) preconiza aquilo que se pretende que sejam os princípios, competências e valores que os jovens desenvolvam. Este documento orientador dá-nos conta de que a Educação deve ser um lugar de desenvolvimento de competências várias, onde as crianças e jovens possam crescer como cidadãos plenos, havendo também lugar para o desenvolvimento de capacidades de gestão emocional e para a construção de relações positivas, onde todos possam crescer nas suas diferenças, enquanto seres que contribuem para a sociedade de forma verdadeiramente completa, fazendo uso de todas as suas potencialidades.
Os espaços de educação não-formal com metodologias inovadoras tornam-se cada vez mais importantes nesta jornada. Afinal, a Educação trespassa os muros da escola e está presente em todos os ambientes de convivência, seja familiar, profissional, comunitária e planetária (entre espécies). A Educação faz-se na cidadania, no exercício da liberdade responsável, quando percebemos juntos o que somos, onde estamos e para onde vamos. É na relação comigo mesmo, com o outro e com o todo que criamos o mundo dos sonhos de todos os seres.
O projeto “À Volta das Conversas” nasce neste contexto e foi desenhado em pleno período pandémico, resultante da crise sanitária associada ao COVID-19. Surge como uma proposta de intervenção de grupo, dirigida a adolescentes, com o objetivo de prevenir perturbações graves emocionais e mentais, através da promoção da saúde e do bem-estar, do desenvolvimento da resiliência e do reforço de fatores protetores, indo ao encontro das três necessidades psicológicas básicas: competência, relacionamento e autonomia (Coelho-Rosa et al., 2022).
Ao intervir preventivamente, procurou-se que uma situação disruptiva como a da pandemia e as respostas de combate à mesma, que incluíam o distanciamento e o isolamento sociais, não fossem desencadeadoras de problemas graves de saúde mental. A opção por esta estratégia advém de diversos estudos de diferentes autores que demonstram que as experiências de stress podem desencadear um conjunto de problemas de saúde mental, nomeadamente, depressão, ansiedade e perturbações relacionadas com o consumo de substâncias (Raposa et al., 2016). Tais situações traumáticas acarretam importantes custos emocionais, possuem um elevado potencial de se tornarem permanentes e têm reflexos sociais e económicos relevantes.
Nesse sentido, o projeto incidiu na prevenção do desenvolvimento de perturbações mentais, na promoção da participação cívica, da saúde mental e do bem-estar dos jovens. O presente trabalho apresenta o projeto e as suas atividades e dá conta dos resultados da intervenção junto do grupo-alvo dos jovens.
Parceiros do Projeto
O Projeto “À Volta das Conversas” resultou de uma parceria entre as seguintes organizações: Entretodos – Associação Portuguesa de Parcerias para o Desenvolvimento Social (Between), Sigmamente – Associação de Apoio à Saúde Mental Infantil e Juvenil, e Marca – Associação de Desenvolvimento Local. Foram, ainda, parceiros de implementação o Agrupamento de Escolas de Benfica, o Agrupamento de Escolas de Paço de Paço de Arcos, o Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Novo e a Escola Profissional Agrícola D. Dinis – Paiã. O projeto foi cofinanciado pela Direção Geral de Saúde/Programa Nacional para a Saúde Mental e decorreu entre março de 2021 e julho de 2022.
Objetivos do Projeto
O projeto teve como objetivos gerais: a) Promover a saúde mental e o bem-estar de jovens, através do desenvolvimento de competências sociais e emocionais que pudessem ser mobilizadas para a prevenção de problemas de saúde mental, incentivando à sua organização enquanto grupo e reforçando a sua resiliência; b) Capacitar profissionais em contato direto com jovens, em contexto escolar, para desenvolver ferramentas eficazes no reforço de fatores protetores de saúde mental, bem como sensibilizar para a identificação de sinais de sofrimento psíquico em jovens; c) Promover a sensibilização e a consciencialização parentais para as questões abordadas no programa, encorajando os jovens a envolver as suas famílias nas ações a executar.
Foram definidos como objetivos específicos: i) Aumentar os níveis de bem-estar psicológico no espaço de um ano letivo através da participação dos jovens nas sessões do projeto “À Volta das Conversas”; ii) Promover o desenvolvimento de competências de comunicação dos jovens participantes; iii) Promover a capacidade de resiliência dos jovens participantes; iv) Capacitar os profissionais na utilização de metodologias de trabalho promotoras de saúde mental; v) Aumentar a capacidade dos profissionais na identificação de sinais de sofrimento psíquico de jovens.
Destinatários
O primeiro grupo-alvo do projeto foram estudantes, nomeadamente jovens entre os 15 e os 19 anos de idade, residentes nos territórios que englobam as ARS[6]Administração Regional de Saúde. Lisboa e Vale do Tejo e a ARS Alentejo. A população-alvo abrangida correspondeu àquela que foi indicada para a participação no projeto pelos Agrupamentos de Escolas parceiros de implementação, que corresponde à considerada como possível de ser abrangida pelas próprias entidades. Participaram no projeto 120 jovens.
O segundo grupo-alvo foram os profissionais/agentes educativos a intervir com jovens, nomeadamente nos agrupamentos-alvo, parceiros de implementação do projeto. Foram diretamente envolvidos 19 profissionais.
Salienta-se que foram abordadas temáticas com interconexões com o bem-estar e a saúde mental, consideradas como prioritárias pelos jovens. Nesse sentido, na medida da disponibilidade dos Agrupamentos de Escolas e do interesse dos participantes, foi realizada a sensibilização das suas famílias, de outros jovens e das comunidades onde se inseriam, para essas questões.
Círculos de Cidadania: Metodologia de Intervenção com Jovens
A metodologia de intervenção utilizada neste projeto, designa-se “Círculos de Cidadania” e foi desenvolvida pela Between, já implementada em contexto escolar e monitorizada e avaliada em termos de impacto, em parceria com o ISCTE-IUL (2018/2020). Numa lógica de investigação-ação, esta metodologia tem vindo a ser ajustada ao longo do tempo, de acordo com os inputs da avaliação dos projetos que têm sido realizados.
Os “Círculos de Cidadania” foram concebidos com a preocupação de fomentar a cultura democrática e a consciência cívica, assentando a sua metodologia no exercício de uma cidadania participativa que tem por base a promoção do bem-estar e de uma consciência cívica, que valoriza o facto de fazermos parte de um mundo global, onde todos temos a responsabilidade de contribuir, na medida das nossas possibilidades, para o seu desenvolvimento regenerativo. Tem subjacente o envolvimento e a responsabilização de todos. Desenvolve competências como a capacidade de escuta, a perceção de divergências de pensamento, a empatia e a decisão por consentimento (que designa um processo de decisão que não é realizado por maioria, nem por consenso, mas antes por uma reflexão/negociação conjunta que possibilite não haver objeções).
Este programa contribui, ainda, para os ODS e é uma proposta de um fluxo de intervenção desenhado para apoiar a organização de pessoas para que, coletivamente, possam refletir sobre as suas necessidades e preocupações, e planear e executar ações que vão ao encontro das mesmas, melhorando as condições de vida da comunidade. Utiliza, para tal, diferentes tipos de ferramentas e dinâmicas que se enquadram no modelo de educação não-formal, com uma abordagem marcadamente experiencial.
A metodologia consiste na criação de fóruns/círculos até 30 pessoas (crianças, jovens ou adultos), com dois facilitadores por círculo, preferencialmente residindo na mesma área geográfica. Estes círculos decorrem semanalmente e duram cerca de 90 minutos. A metodologia assume a realização de sessões de diagnóstico da situação presente da comunidade/território e sessões que levam à construção de um sonho conjunto, para o qual as pessoas pretendem que ela evolua. Recorre ao uso de ferramentas participativas e de dinâmicas colaborativas para facilitar este processo. O seu funcionamento é regido pelos princípios da sociocracia e as decisões são tomadas por consentimento.
Tem como pressupostos a desenvolver, subjacentes à intervenção:
- Dar voz às pessoas;
- Promover a escuta ativa;
- Incentivar à responsabilidade pelo próprio e pelo todo;
- Encorajar a ação concertada para o Bem Comum;
- Fomentar o pensamento crítico;
- Desenvolver o sentimento de pertença;
- Desenvolver o sentimento de capacidade/eficácia;
- Desenvolver o indivíduo no contexto do grupo, fortalecendo simultaneamente a comunidade/coletivo.
Figura 1 – Etapas da metodologia Círculos de Cidadania.
Fonte: Coelho-Rosa, M., & Fernandes-Jesus, M. (2020).
The “Citizenship Circles” program: co-creating an intervention program for fostering children´s civic participation in 7th Conference Community Psychology.
Enquanto estratégia de organização de pessoas e promoção de desenvolvimento sustentável, esta metodologia pode ser aplicada tanto em contexto escolar como de bairro (comunitário).
No âmbito do projeto, a intervenção pressupõe a reflexão e o debate focados na temática do bem-estar e da saúde mental, a realização de sessões de observação e diagnóstico da situação atual vivida pelos jovens nos seus contextos, familiar, escolar e comunitário e sessões que levam à construção de propostas colaborativas de ação, para intervir no sentido em que pretendem que a sua realidade evolua.
O desenho da adaptação da intervenção associada ao Programa Círculos de Cidadania contou com a parceria da Sigmamente, que colaborou no desenvolvimento das atividades de formação e investigação e prestou apoio técnico aos profissionais, no âmbito da utilização de ferramentas de reforço de fatores protetores de saúde mental.
Avaliação da Intervenção
Tratando-se de um projeto piloto, o acompanhamento e a avaliação constituem-se como uma importante etapa de todo o processo. Todas as atividades foram avaliadas, a fim de se conhecer os resultados da intervenção para todas as partes envolvidas, integrando-as neste processo. No entanto, o presente artigo dará apenas conta de parte da metodologia de recolha de informação no que se refere aos resultados alcançados com o grupo dos jovens.
Ao longo de todo o ciclo do projeto foi recolhida informação junto dos jovens, nomeadamente através da aplicação de:
- Questionários aos jovens participantes, antes da intervenção e no fim do projeto;
- Registos de observações das dinâmicas das sessões com os jovens;
- Questionários aos agentes educativos/profissionais envolvidos no projeto, relativos à perceção da sua intervenção no fim do projeto (perguntas 17 e 18).
A informação quantitativa recolhida por via de questionários foi realizada através da análise comparativa dos resultados no início e no final do projeto, após cálculo matemático de equivalência das amostras, com o objetivo de ser encontrada a tendência de resposta mais frequente, classificar os valores nulos e, assim, viabilizar o cálculo da média das respostas e as percentagens de cada um dos parâmetros de resposta (de 1 a 5). Para a informação qualitativa, foi feita uma análise de conteúdo com base na análise tipológica das respostas abertas e da observação das dinâmicas efetuadas. A monitorização e avaliação do projeto esteve a cargo da Sigmamente.
Atividades do Projeto
Este projeto contemplou como principais atividades:
- Capacitação de profissionais/agentes educativos enquanto facilitadores da implementação da metodologia, de forma a agilizar a sustentabilidade do projeto e a sua possível replicação.
- Sessões de “Círculos de Jovens”, semanais, nos quais, através de atividades lúdicas e dinâmicas, são feitas consultas, debatidas questões, definidos planos e realizadas ações, em benefício do bem comum, tendo em consideração temáticas com interconexão com o bem-estar e a saúde mental.
- Intercâmbio de jovens.
- Manual de apoio à implementação do projeto.
1. Capacitação de Profissionais
A capacitação de profissionais foi uma aposta clara do projeto, enquanto estratégia que pudesse favorecer a sustentabilidade da intervenção. Assim, previu-se uma formação inicial para a capacitação de profissionais/agentes educativos através de ferramentas eficazes no reforço de fatores protetores de saúde mental, e na sensibilização para a identificação de sinais de sofrimento psíquico em jovens e preparação enquanto facilitadores, para a utilização da metodologia no âmbito do projeto.
Aos profissionais que intervieram com os jovens, foi ainda prestada formação contínua ao longo da execução da ação, através de apoio e mentoria no plano técnico e sessões de supervisão no âmbito de questões do foro da saúde mental.
1.1. Formação inicial de Facilitadores
A formação inicial concebida pretendeu alinhar propósitos e objetivos, fornecer os conceitos e fundamentos teóricos e as experiências práticas de base para a aplicação da metodologia, considerando a promoção do bem-estar e da saúde mental.
A inscrição de profissionais/agentes educativos para participar nas formações iniciais e na posterior execução do projeto ficou sob responsabilidade de cada Agrupamento de Escolas parceiro, já que a estratégia de integração do projeto nas atividades curriculares variou de Agrupamento para Agrupamento.
1.2. Sessões de Mentoria com os Profissionais
O propósito das sessões de mentoria foi criar um espaço que possibilitasse a reflexão e a consolidação de competências que permitissem facilitar a implementação do projeto “À Volta das Conversas” nos diferentes contextos.
As sessões de mentoria seguiram o formato das sessões da metodologia “Círculos de Cidadania”, disponibilizando-se como um espaço adicional de desenvolvimento de competências dos profissionais enquanto facilitadores e, simultaneamente, de partilha, inter-aprendizagem e inter-suporte.
1.3. Sessões de Supervisão com os Profissionais
Considerando a faixa etária dos jovens participantes no projeto “À Volta das Conversas”, partiu-se da ideia de que seria pertinente existir um espaço onde se pudesse desenvolver a reflexão coletiva sobre o equilíbrio entre saúde mental e bem-estar, na fase de desenvolvimento da adolescência, considerando aquilo que são as suas vicissitudes e caminhos, o que é expectável e o que levanta preocupações.
Nestas sessões foram abordados temas específicos e partilhadas dúvidas e desafios mais genéricos, resultantes do observado e vivido no decorrer do projeto, nos seus diferentes contextos e que passaram pelas seguintes temáticas: ansiedade; depressão; suicídio; identidade de género; comportamentos auto-lesivos; isolamento e solidão; medos; fobia escolar; stress pós-traumático; utilização e interferências das tecnologias; cyberbullying; corpo e imagem corporal; dificuldades de socialização; insegurança e sofrimento trazido pela pandemia; a importância e poder da relação; atividade sono-vigília; medicação pedopsiquiátrica; e respostas institucionais de apoio à saúde mental infantil. Foi, ainda, abordado o voluntariado juvenil, a saúde escolar, a escola como espaço de saúde mental e a promoção da saúde mental em contexto escolar.
2. Sessões de “Círculos de Jovens”
As sessões de projeto decorreram, em contexto escolar, ao longo do ano letivo de 2021/2022. O número de sessões e o número de jovens participantes foi variável consoante o Agrupamento onde o projeto se desenvolveu. A integração do projeto foi feita de diferentes formas e em diversos tempos, respeitando as orientações das Direções de cada Agrupamento parceiro e os contextos específicos associados.
Na ARS de Lisboa e Vale do Tejo:
- O Agrupamento de Escolas de Benfica criou um clube e as sessões decorreram fora do horário letivo. Inscreveram-se 11 jovens, que participaram nas 28 sessões do projeto.
- A Escola Profissional Agrícola D. Dinis – Paiã decidiu implementar o projeto em horário letivo, junto de duas turmas, com um total de 27 jovens, e o projeto decorreu ao longo de 41 sessões.
- O Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos selecionou duas turmas com um total de 32 jovens, e iniciou o projeto em horário dedicado à tutoria. Com a alteração de horários e de condições internas, passou para o formato de clube, também de participação livre dos jovens. O projeto desenvolveu-se ao longo de 32 sessões.
Na ARS do Alentejo:
- O Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Novo decidiu realizar as sessões em horário letivo, com três turmas, correspondendo à participação de 50 jovens, mas numa dessas turmas o horário foi sendo alterado e realizado no tempo letivo de diferentes disciplinas. No total, realizaram-se 69 sessões do projeto.
No âmbito das sessões com os jovens, foi realizado um levantamento de necessidades relacionadas com o bem-estar, que depois foi categorizado em temáticas, por cada grupo. Estas temáticas são apresentadas no Quadro 1.
Agrupamento | Grupo | Temáticas |
---|---|---|
Escola Profissional Agrícola D. Dinis – Paiã |
1 2 |
|
Agrupamento de Escolas de Benfica | 3 |
|
Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos |
. 4 . . 5 . |
|
Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Novo |
6 . 7 . . 8 .. |
|
Fonte: Própria.
Tendo em consideração as preocupações dos jovens e as temáticas constituídas, foram planeadas e executadas ações utilizando os recursos e contextos possíveis. Estas ações incluíam propostas cujos destinatários eram os próprios jovens, ou ações de sensibilização e intervenção junto das comunidades onde estes jovens estavam inseridos.
As ações são descritas em seguida por Agrupamento de Escolas:
Na Escola Profissional Agrícola D. Dinis – Paiã, realizaram-se oito ações: ação de limpeza do espaço escolar; almoço de angariação de fundos; atividades desportivas; organização e visita ao Monte Selvagem; almoço de convívio; formação sobre educação sexual; intervenção em canteiros de plantas aromáticas; e dia de atividades de team building e jantar de despedida.
No Agrupamento de Paço de Arcos, os jovens executaram quatro ações: apresentação de propostas à Direção de Agrupamento de Escolas sobre ações a serem consideradas pelo próprio Agrupamento; elaboração de cartazes com frases inspiradoras (com reflexão em grupo ao longo de todo processo) e colocados em diferentes pontos da escola; reflexões e experiências em grupo, na natureza; realização de vídeos em que se perguntava às pessoas o que era para elas o bem-estar.
No Agrupamento de Escolas de Benfica, 11 ações foram desenvolvidas pelo jovens inscritos no clube: a) Banca do Clube no Dia da Escola – apresentação do clube e diagnóstico/levantamento de ideias para as temáticas junto dos alunos da escola; b) quatro Conversas à Volta do ensino superior (Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades, Artes Visuais, Ciências Socioeconómicas) com vista a diminuir o stress sobre percursos/escolhas de áreas/cursos (no contexto pós 12.º ano), reduzir a ansiedade em relação à transição para o ensino superior e conhecer histórias pessoais; c) duas idas às turmas de 9.º ano, com os objetivos de partilhar as experiências de percurso/relacionais no secundário (relação entre professor e aluno e as relações entre colegas) e sensibilizar para a cooperação, e não para a competição; d) encontro sobre a saúde mental – Mentália – e colaboração e apoio à realização de iniciativa promovida pelo Agrupamento de Escolas de Benfica associada à Saúde Mental – dinamização de uma das conversas/conferências, realização de pequenos vídeos e uma apresentação; e) participação no encontro promovido pela Rede ANIMAR, testemunhando o seu envolvimento no projeto e apresentação do clube.
No Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Novo realizaram-se 11 ações: sessão sobre personalidade com a psicóloga do Centro Juvenil da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo; passeio e piquenique no Half-Pipe; dois debates, um sobre adoção por casais do mesmo sexo e outro sobre eutanásia; sessão informativa sobre os medos com a psicóloga da escola; ida ao parque urbano e realização de jogos de grupo; ida ao Castelo, incluindo um passeio e a dinamização de jogos; jogos coletivos e dinâmicas de grupo no espaço da escola; elaboração de letra de uma música sobre a adolescência; piquenique com um grupo de alunos, feito no local proposto pela turma; e organização e visita ao Monte Selvagem, para angariação de fundos, foi realizada venda de rifas e sorteio do cabaz.
3. Intercâmbio de Jovens
Por sugestão dos jovens participantes, sobretudo do Agrupamento de Escolas de Benfica, foi realizado um encontro online, em fevereiro de 2022, que teve por objetivo facilitar um espaço de intercâmbio entre os jovens, que permitisse a partilha de preocupações e de possíveis ações para dar resposta às necessidades sentidas. Estrategicamente, incentivou-se a participação dos jovens que assumiam o papel de guardiões da comunicação dos grupos, de forma a assegurar as melhores condições e que os grupos dos agrupamentos parceiros pudessem estar representados, ainda que tenha sido aberto a todos os participantes.
4. Manual de Apoio à Implementação do Projeto
Foi elaborado um manual de apoio à implementação do projeto “À Volta das Conversas”, com vista a facilitar a sua disseminação e replicação. Com este material, pretendeu-se fornecer as bases teóricas e linhas estratégicas de execução da metodologia. A intenção foi que cada facilitador se pudesse apropriar da metodologia em si – “Círculos de Cidadania” para a promoção do bem-estar – e a pudesse aplicar, respeitando os seus princípios fundamentais, mas também dando espaço às suas próprias caraterísticas individuais: personalidade, capacidades e vocações específicas.
Resultados
Da avaliação efetuada, podemos concluir que, apesar de a maioria dos jovens não ter escolhido, por sua própria iniciativa, participar neste projeto (65%), no final demonstraram grande satisfação por ter feito parte do mesmo, o que foi visível quer nos seus comentários ao longo da implementação (71% apresentam um grau médio de satisfação), quer no seu crescente envolvimento, mas sobretudo na quantidade de ações que estes conseguiram, em média, desenvolver.
Concluímos também que, apesar de os jovens já se demonstrarem bastante despertos para as questões relacionadas com o bem-estar, houve uma clara melhoria desta consciencialização e da compreensão do conceito. Na globalidade, foi conseguido um aumento dos níveis de bem-estar, através de um significativo aumento de sentido de autoeficácia (aumento médio de 50% de respostas positivas), da progressiva capacidade de avaliação e maior consciencialização daquilo que é o impacto da qualidade das relações que estabelecem entre si e da melhoria das suas capacidades na resolução de problemas (aumento revelado de 62%). Do mesmo modo, houve um significativo aumento da capacidade de adaptação à mudança (atingida uma taxa de conclusão de 91%) e uma franca melhoria da capacidade de lidar com a adversidade, revelada pelo sentimento de maior competência para lidar com situações imprevistas e emocionalmente stressantes, com um aumento médio de 44% de respostas positivas.
No que respeita às competências de comunicação, também se verificou melhoria, ainda que os resultados não tenham apontado um aumento tão expressivo, tendo sido possível atingir 61% do previsto.
De referir, ainda, que os profissionais envolvidos, apesar de se terem debatido com diversos desafios e dificuldades, consideraram que este projeto teve um impacto importante na promoção da saúde mental e do bem-estar dos jovens, bem como da possibilidade de terem uma voz ativa.
Conclusões e Recomendações
O projeto foi marcado por uma forte imprevisibilidade resultante de um contexto pandémico complexo e todas as dificuldades associadas, inerentes ao esforço de um planeamento efetivo.
Procurou-se uma estreita articulação com todos os Agrupamentos de Escolas, parceiros de implementação, de modo que a formação inicial para professores fosse ao encontro das necessidades reais dos diferentes contextos. No entanto, esta articulação e comunicação nem sempre foi fluída, dado o novo confinamento ocorrido no período em causa e o acréscimo de trabalho associado à necessidade de adaptação à nova realidade destas estruturas.
Apesar do período conturbado que foi vivido, da fadiga das ações e de atividades em formato virtual, um elevado número de profissionais/agentes educativos, de diferentes pontos geográficos do país, manifestou interesse nas formações iniciais realizadas. O interesse demonstrado foi considerado como indicador de que os objetivos definidos pelo projeto tinham em consideração as reais necessidades e preocupações sentidas pelos profissionais/agentes educativos que intervinham com jovens.
Causou preocupação o facto de que os profissionais/agentes educativos que participaram na formação inicial não terem sido, em muitas situações, os que efetivamente ficaram afetos ao projeto, já que, à data, qualquer um dos Agrupamentos de Escolas alvo de intervenção informou não ter definidas as condições de execução do projeto (em termos de recursos humanos, horários e número de jovens participantes). Por outro lado, a impossibilidade de disponibilizar este tipo de informações trouxe constrangimentos importantes para a organização dos recursos humanos da própria parceria.
Na tentativa de responder a estas adversidades, a equipa do projeto procurou ser versátil e adaptável às condições dos diferentes Agrupamentos e organizou um workshop com vista a mitigar as dificuldades de alguns profissionais que não puderam participar na formação inicial, dando prioridade à compreensão do propósito da intervenção e os princípios da metodologia a implementar. Apostou, ainda, na formação continuada dos profissionais/agentes educativos envolvidos, nomeadamente através do seu acompanhamento, mentoria e supervisão.
A par deste enfoque na preparação inicial de profissionais para a execução do projeto, foi feita uma aposta no desenvolvimento de um plano estratégico de comunicação, para esta fase e as seguintes, que possibilitasse não só dar visibilidade ao projeto, mas também incentivar a uma participação empenhada de todas as pessoas envolvidas.
Relativamente à dinâmica da parceria promotora do projeto, consideramos que existiu uma articulação muito positiva entre as três entidades e os três conceitos associados a cada uma delas: a participação cívica, a saúde mental e o desenvolvimento local. Esta ligação permitiu o aprofundamento e a integração da metodologia e do tema da saúde mental, de forma sustentada e consistente, resultando num processo inovador e transformador ao nível dos processos de trabalho, no que se refere à integração da temática proposta no contexto escolar, de uma forma natural e participativa, com a tónica na saúde e no bem-estar (e não na doença). A parceria pautou-se pela cooperação, comunicação efetiva e regular e pela boa capacidade de adaptação aos desafios, resultante da monitorização e alinhamento de estratégias conjuntas.
Considerando a execução do projeto, os resultados obtidos e a avaliação realizada, deixamos algumas considerações relevantes, nomeadamente:
- a) A intervenção é muito afetada pelo contexto onde é implementada, sendo que a motivação dos profissionais envolvidos, a sua relação com as Direções dos Agrupamentos de Escolas, bem como as condições que lhes são disponibilizadas, por vezes dificultam um trabalho de qualidade mais elevada;
- b) O projeto exige tempo e espaços próprios. Em alguns contextos, os Agrupamentos optaram por retirar horas de trabalho a disciplinas específicas, sendo que esta opção trouxe algum stress aos profissionais envolvidos. Será importante um melhor planeamento e definição de estratégias de integração de um projeto deste cariz, em contexto escolar, em edições futuras;
- c) Por ter sido implementado em diferentes contextos, o projeto foi desenvolvido com profissionais com diferentes graus de envolvimento/motivação (consoante orientações dos respetivos Agrupamentos). Esta variável teve um forte impacto na forma como o projeto decorreu e nos seus resultados. De facto, parece ser mais efetivo quando a sua implementação é feita envolvendo jovens e profissionais que participam por sua própria escolha;
- d) A participação dos jovens no projeto parece ter trazido uma maior consciência sobre as potencialidades e dificuldades associadas a um trabalho verdadeiramente colaborativo e inclusivo (dando voz a todas pessoas), convidando a uma reflexão e elaboração sobre as dificuldades vividas. A possibilidade de sonharem, organizarem e executarem ações em conjunto revelou ser uma estratégia muito inovadora e empreendedora para os jovens.
É igualmente importante refletir sobre os desafios vividos ao longo do projeto e deixar recomendações para possíveis replicações e edições futuras, nomeadamente a importância de:
- Conhecer melhor as escolas/contextos onde se realiza o projeto, de forma a facilitar a adaptação da metodologia às diferentes realidades, considerando as suas especificidades;
- Consciencializar para a importância do tempo necessário para a implementação do projeto, considerando a duração das sessões e a sua preparação;
- Definir estratégias, de forma a assegurar uma melhor comunicação nas escolas e com as escolas;
- Encontrar formatos em que as participações sejam voluntárias, quer da parte dos jovens, quer possibilitando a aproximação de profissionais/facilitadores com disponibilidade e motivados para integrar o projeto;
- Se a intervenção for realizada com professores no papel de facilitadores, sugerir que seja realizada fora do seu horário de turma para minimizar desconfortos eventuais relativos ao assumir o papel de facilitador;
- Procurar manter um facilitador interno à escola e um facilitador externo na dinamização das sessões;
- Sensibilizar e procurar assegurar melhores condições de funcionamento (estabilidade das sessões, horários, espaços, etc.);
- Desenvolver os aspetos das competências relacionais e do autocuidado junto dos facilitadores;
- Melhorar a interligação/articulação entre as sessões de supervisão e mentoria (por exemplo, sessões conjuntas em vez de separadas, com uma semana mais focada na mentoria e outra na supervisão);
- Encontrar estratégias que permitam dar resposta a necessidades marcadamente diferentes de jovens integrados no mesmo grupo (necessidade de expressão e reflexão e necessidade de ação);
- Considerar e acautelar um melhor conhecimento e articulação com a rede de suporte existente em cada contexto (escola e comunidade) no que concerne a situações de saúde mental.
Por fim, desde a sua conceção que este projeto teve o propósito de apoiar o desenvolvimento dos jovens no que concerne à construção do seu bem-estar e autonomia na procura de soluções para resolverem os seus problemas. Houve, ainda, a preocupação de uma abordagem diferente à tradicionalmente adotada para a temática da saúde mental, que é habitualmente abordada no contexto escolar com enfoque na prevenção da doença mental e não na promoção do bem-estar.
Deste modo, e considerando os resultados obtidos, podemos concluir que é possível intervir no sentido de facilitar espaços em que os jovens possam encontrar as suas próprias soluções para a promoção do bem-estar, pelo que se considera que o projeto conseguiu ir ao encontro daquilo a que se propôs, constituindo-se como uma proposta inovadora de intervenção e de abordagem a estas temáticas.
Referências
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- Budziszewska, M., & Głód, Z. (2021). “These are the very small things that lead us to that goal”: Youth climate strike organizers talk about activism empowering and taxing experiences. Journal Sustainability, 13(11119), 1-19.
- Coelho-Rosa, M., Coelho, S., Gonçalves, N., & Timossi, D. (2022). Projeto À Volta das Conversas – Manual de apoio. https://www.between.pt/-volta-das-conversas.
- Coelho-Rosa, M., & Fernandes-Jesus, M. (2020). “Círculos de Cidadania” para uma cidadania global: Um programa de intervenção para a promoção da participação cívica de crianças. Revista Sinergias – Diálogos Educativos para a Transformação Social, 11, 91-105.
- Egan, L. A., Butcher, J., & Ralph, K. (2008). Hope as a basis for understanding the benefits and possibilities of community engagement. Proceedings of the Australian Universities Community Engagement Alliance National Conference 2008: Engaging for a Sustainable Future, Australia, 33-40.
- Lerner, R. M., Lerner, J. V., Almerigi, J. B., Theokas, C., Phelps, E., Gestsdottir, S., Naudeau, S., Jelicic, H., Alberts, A., Ma, L., Smith, L. M., Bobek, D. L., Richman-Raphael, D., Simpson, I., Christiansen, E. D., & Von Eye, A. (2005). Positive youth development, participation in community youth development programs, and community contributions of fifth grade adolescents: Findings from the first wave of the 4-H study of positive youth development. The Journal of Early Adolescence, 25(1), 17–71.
- Ludden, A. B. (2011). Engagement in school and community civic activities among rural adolescents. Journal of Youth and Adolescence, 40(9), 1254-1270.
- Macy, J., & Johnstone, C. (2021) Esperança ativa – Como encarar o caos em que vivemos sem perder a sanidade mental. Bambual.
- Martins, G. O. (Coord.) (2017). Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória. Ministério da Educação/Direção Geral da Educação.
- Raposa, E. B., Laws, H. B., & Ansell, E. B. (2016). Prosocial behavior mitigates the negative effects of stress in everyday life. Clinical Psychological Science, 4(4), 691-698.
- Schacter, H. L., & Margolin, G. (2019). When it feels good to give: Depressive symptoms, daily prosocial behavior, and adolescent mood. Emotion, 19(5), 923-927.
1 | Between – partnerships 4 development – Mestrado – Diretora Técnica. |
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2 | Sigmamente – Licenciatura (pré Bolonha) – Presidente da Direção. |
3 | MARCA – Associação de Desenvolvimento Local – Mestrado – Presidente da Direção. |
4 | Um especial agradecimento a Ana Plantier, Augusto Carreira, Débora Timossi, Inês Vidigal, Paula Salgado, Raquel Pedro, Sónia Coelho e Telmo Fernandes, bem como a todos os alunos e alunas e profissionais que participaram neste projeto. Sem eles, este trabalho não seria possível. |
5 | Disponível em https://ods.pt/. |
6 | Administração Regional de Saúde. |