Ana Lídia Pereira[1]Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do … Continue a ler, Ana Pinho de Carvalho[2]Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do … Continue a ler, Laura Vieira[3]Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do … Continue a ler & Rodrigo Jesus[4]Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do … Continue a ler

Resumo:

O presente artigo visa analisar o paradigma do Envelhecimento Criativo, através do estudo de caso de um projeto de intervenção social e cultural com pessoas mais velhas, por meio de uma metodologia qualitativa e interpretativa. Em articulação com modelos político-sociais de “bem envelhecer”, defende-se a criatividade como um potencial inerente e uma necessidade do ser humano, que deve continuar a ser desenvolvido no processo de envelhecimento. A par com o “ser ativo”, procura-se, portanto, entender “o ser criativo”. Compreende-se, por meio dos discursos dos participantes e coordenadoras, o benefício de projetos educativos e artísticos que, contudo, são em pequena escala para uma população cada vez mais envelhecida.

Palavras-chave: Envelhecimento Ativo; Envelhecimento Criativo; Criatividade; Estudo de Caso.

Abstract:

This article aims to analyze the paradigm of Creative Aging, through the case study of a social and cultural intervention project for the elderly, using a qualitative and interpretive methodology. In conjunction with political and social models of “ageing well”, creativity is defended as an inherent potential and need of the human being, which must continue to be developed in the ageing process. In addition to “being active”, the aim is to understand “being creative”. From the speeches of the participants and coordinators, we understand the benefit of educational and artistic projects which, however, are on a small scale for an increasingly aging population.

Keywords: Active Ageing; Creative Ageing; Creativity; Case Study.

Resumen:

Este artículo tiene como objetivo analizar el paradigma del Envejecimiento Creativo, a través del estudio de caso de un proyecto de intervención social y cultural en personas mayores, a través de una metodología cualitativa e interpretativa. En articulación con modelos político-sociales de “buen envejecimiento”, se defiende la creatividad como un potencial inherente y una necesidad del ser humano, que debe seguir desarrollándose en el proceso de envejecimiento. Junto con el “ser activo” se busca, por lo tanto, entender “el ser creativo”. Se entiende, a través de los discursos de los participantes y coordinadores, el beneficio de proyectos educativos y artísticos que, sin embargo, son a pequeña escala para una población cada vez más envejecida.

Palabras clave: Envejecimiento Activo; Envejecimiento Creativo; Creatividad; Estudio de Caso.

1. Introdução

Vivemos, atualmente, uma das maiores conquistas da Humanidade: maior longevidade. Enfrentamos a inconstância de uma sociedade do conhecimento, das tecnologias e das redes (Castells, 2002), enquanto nos deparamos com as vantagens daí advindas. Porém, o processo de “ir ficando mais velho” (Osório, 2007, p.13) nem sempre consegue acompanhar as próprias mudanças em que se vai inserindo. Afigura-se crucial repensar os moldes com que encaramos o envelhecimento e ponderar o papel da criatividade, como ponte de ligação entre este processo individual e coletivo, a contemporaneidade e as potencialidades das pessoas mais velhas. Propõe-se um novo paradigma, o de Envelhecimento Criativo, que responda às premissas do envelhecimento ativo com uma atitude rebelde de transformação positiva.

A criatividade é uma caraterística fundamental a pautar as nossas ações enquanto futuros educadores e interventores sociais, com vista a um desenvolvimento comunitário democrático, emancipatório e participativo. Porém, como se manifesta no coletivo de pessoas idosas? De que forma se pode transfigurar numa ferramenta presente e contínua nas suas vidas? São, ainda, poucos os estudos que se debruçam especificamente sobre o Envelhecimento Criativo, especialmente a nível nacional. Neste artigo, procuramos, portanto, esboçar alguma reflexão teórica sobre este tema e identificar alguns dos seus contornos. Analisamos este novo paradigma à luz dos seus conceitos base e debruçamo-nos, empiricamente, sobre um caso de estudo concreto. Procuramos entender caminhos possíveis da prática reflexiva do Envelhecimento Criativo e compreender, junto de coordenadoras e participantes, as suas manifestações, significados e contributos. Discutir-se-ão os dados de modo a perceber se, efetivamente, este projeto, como estímulo à expressão artística, é uma resposta a este paradigma e se vai, realmente, ao encontro do pressuposto de “bem envelhecer”, alicerçado no envelhecimento ativo e demais valores advogados para o bem-estar subjetivo e qualidade de vida.

2. Revisão da Literatura

Segundo as projeções da Eurostat (2020), o grupo de pessoas com mais de 65 anos poderá passar a representar cerca de 31,3 % da população da UE-27 até 2100. Em Portugal, a situação é ainda mais alarmante, enquanto país que mais envelhece na Europa, com o esboçar de um duplo envelhecimento que compromete a renovação das gerações. Segundo dados da Pordata (2021), o índice de envelhecimento em Portugal era, em 2020, de 165 idosos por cada 100 jovens, tendo evoluído para 182 por cada 100 jovens, em apenas um ano. Uma realidade a perdurar e que abarca consigo consequências ao nível do desenvolvimento social, familiar, económico e político dos diferentes países (Fernandes, 1997; Oliveira, 2005).

O conceito de envelhecimento tem vindo a sofrer alterações, encontrando cada vez mais consenso na definição descrita por Baltes e Baltes (1990, in Rocha, 2013), em que este é visto “como um processo multidimensional e parte integrante do desenvolvimento dos indivíduos, sendo encarado como um resultado da interação dinâmica entre o indivíduo e o contexto” (p. 9). O envelhecimento apresenta-se como parte fundamental do ciclo da vida e implica mudanças sistémicas, vinculadas a aspetos biológicos, psicológicos, sociais, culturais e afetivos, devendo ser entendido numa lógica multidisciplinar. Acresce que é um processo único que se revela multidirecional e de variabilidade interindividual (Osório, 2007). Fala-se em EnvelhecimentoS (Lima, 2010). Só faz sentido, portanto, ser entendido numa perspetiva ecológica, atenta ao contexto sociocultural dos sujeitos, e enquanto fenómeno de responsabilidade individual, mas igualmente estatal e societária.

Diversas abordagens têm sido adotadas a nível político-social, na procura por um modelo de “envelhecer bem”, que contrarie uma visão negativa do envelhecimento humano e da velhice. São várias e polémicas as noções que vão ocupando os estudos e demais discursos, sobressaindo na Europa o entendimento de envelhecimento ativo.

A OMS (2005) define envelhecimento ativo como “o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas” (p. 13). De acordo com Araújo et al. (2016), mais recentemente, reconheceu-se, igualmente, a aprendizagem ao longo da vida como outro dos seus pilares. Nestas condições, este modelo “Permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que essas pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades” (OMS, 2005, p. 13). O termo “ativo” tem como base as ideias-chave de autonomia, independência, qualidade de vida e esperança de vida saudável (Gonçalves, 2016). Porém, Ribeiro (2012) alerta para o facto de muitos autores denunciarem “as suas possíveis repercussões negativas, de índole opressiva, ao preconizar ideais de funcionamento nem sempre atingíveis pela população idosa” (p. 36).

Com vista a superar algumas das suas lacunas, o envelhecimento ativo tem sido complementado por abordagens positivas como as de envelhecimento saudável e de envelhecimento bem-sucedido. Contudo, os constrangimentos de definição atravessam os vários modelos, desajustados à pluralidade de realidades e à complexidade deste fenómeno populacional (Araújo et al., 2016). Pretende-se um novo reconhecimento do papel dos mais velhos, demarcando os seus direitos e deveres, e incentivar a sua participação em questões sociais, cívicas, económicas, políticas, culturais, religiosas e espirituais, reequacionando-se as próprias redes de suporte social e ultrapassando perspetivas fatalistas. Importa que as pessoas idosas não sejam encaradas como meras espectadoras passivas ou recetoras sem voz. São “pessoas a desenvolver” e não “problemas a resolver” (Rocha, 2013, p. 15), que para lá das necessidades têm potencialidades. Poderá, então, o Envelhecimento Criativo consolidar-se como um novo paradigma, pelo qual se deveriam delinear estratégias políticas e educacionais inclusivas?

Envelhecimento Criativo

O gerontismo vem desenhar uma imagem das pessoas idosas como “chatas, caducas e assexuadas” (Lima, 2010, p. 23) e improdutivas. Ser velho é conotado com o declínio de capacidades biopsicossociais, que os próprios indivíduos internalizam. Além do mais, por se encontrarem na reforma, pressupõe-se “a ideia de que já não ‘contribui’ para a sociedade” (Coutinho, 2008, in Barros, 2015, p. 136).

A pessoa de idade mais avançada acaba, assim, por temer os novos tempos livres, veiculada a uma imagem de exclusão, solidão e inutilidade. Cabeza (2009) incita-nos a refletir sobre “uma população que deve encontrar uma forma de realização no ócio” (p. 28). Segundo o autor, é na sua fruição que surge a criatividade, a emoção e a contemplação do belo. Falar de ócio é falar na capacidade dos indivíduos se autorrealizarem.

Por sua vez, a educação permanente veio sublinhar que o indivíduo, em constante processo de aprendizagem, está igualmente em constante desenvolvimento. Sobre os preceitos de lifelong e lifewide, compreende-se que “tornar-se velho”, não tem, contudo, de se apresentar como um conjunto de impedimentos. O sujeito, consciente do seu inacabamento, depara-se com a sua vocação ontológica para “ser mais” e é aí que radica a sua educabilidade (Freire, 1987). Continua a (re)criar(-se) e recriar a realidade, transformando-a. Efetivamente, envelhecer está, inevitavelmente, associado a um frágil balancear entre ganhos e perdas, crescimento e declínio (Fonseca, 2006). Porém, mais do que focar nos problemas advindos das várias mudanças enfrentadas, importa reconhecer e estimular as potencialidades do indivíduo e/ou (re)integrá-lo.

Afigura-se crucial pensar novos moldes para o “bem envelhecer”, e relevar o paradigma de Envelhecimento CriAtivo. Segundo Spadafora (s.d., in Gonçalves, 2016), este “é sobre possibilidades”, premente num processo vulnerável e numa época de efemeridade e instabilidade, pela fluidez que nos apresenta Bauman (2001), e de risco, como revelado por Beck (2010), que instiga a constantes transformações e adaptações.

À semelhança do próprio conceito de ser ativo, também o CriAtivo não é, todavia, linear. É um adjetivo ambíguo de forte caráter subjetivo e de difícil determinação. Não obstante, muitos autores expõem a criatividade como “um fenómeno intrínseco à existência humana e desde o início da civilização que acompanha a evolução do Homem” (Nascimento, 2011, p. 14). Para a artista e teórica de arte Ostrower (2001), “O homem cria, não apenas porque quer, ou porque gosta, e sim porque precisa; e ele só pode crescer, enquanto ser humano, coerentemente, ordenando, dando forma, criando” (p. 10). Pfeifer (2001) acrescenta que o Homem “busca desenvolver sua habilidade criativa para revelar suas potencialidades (o que é possível ser feito), seus limites (o que ainda não sabe fazer), bem como a sua própria natureza” (p. 236). Gonçalves (2016) colmata referindo a necessária aliança com a saúde “enquanto expressão patologicamente otimista de sobrevivência” (p. 33).

A criatividade não tem idade nem exclusividade, acompanhando o desenvolvimento do ser humano. Nas palavras de Barros e Búrigo (2005), “Ao envelhecer é importante a retomada do potencial criativo que em muitos idosos pode estar esquecido ou adormecido” (p. 118).

Perlstein (2002, in Gonçalves, 2016), uma das pioneiras do Envelhecimento Criativo, descreve um campo difícil, mas que, com os progressos, “Profissionais de gerontologia, serviço social, educação e artes têm desenvolvido um grande interesse na teoria e na prática do trabalho criativo com idosos” (p. 12). Na dianteira da sustentação deste tema, Gonçalves (2016) refere ainda o trabalho científico de Cohen (2000), The creative age: Awakening human potential in the second half of life, cujas descobertas revolucionaram as convenções em torno da conexão entre expressão criativa/artística e envelhecimento.

Embora alguns autores defendam um decréscimo gradual das aptidões cognitivas, que acabam por afetar a predisposição à criatividade (e vice-versa), atualmente tende-se a considerar essa crença como mais um estereótipo (Nascimento, 2011). De facto, ainda que se comprovem diversas alterações morfológicas, “o envelhecimento do cérebro é muito mais plástico do que se acreditava anteriormente” (Gonçalves, 2016, p. 13) e, devidamente estimulado, o funcionamento cerebral não é irreversível. Ostrower (2001) defende, aliás, um aprimoramento do potencial criativo com o decorrer dos anos. Em analogia a algumas plantas que só florescem grisalhas da geada, Birren (2009) elucida-nos, deliciosamente, com o termo late-life bloomer.

Desta feita, uma pessoa idosa criativa “tem ideias próprias, aceita com mais facilidade os limites do corpo, tem mais cuidado consigo, encontra novas possibilidades e opções agradáveis para desfrutar a vida” (Guedes et al., 2011, p. 740). Mune-se de mecanismos para enfrentar as mudanças, detém uma nova visão sobre as perdas, (re)inventando soluções na prática do dia-a-dia, e compreende a sua capacidade de continuar a produzir, reencontrando o seu sentido de utilidade e pertença. Autorrealiza-se enquanto incrementa o seu bem-estar e melhora a sua qualidade de vida. Usufrui de benefícios físicos, psicológicos, sociais, espirituais que, tendencialmente, contribuem para o desejado aging in place (Jopling et al., 2015)

Perante o panorama científico, o Envelhecimento Criativo acarreta consigo princípios similares aos preconizados pelo envelhecimento ativo, pelo que, em vários estudos, aparecem interligados: a autonomia, a segurança, a saúde e a participação – objetivos comuns pela garantia de um papel ativo dos mais velhos nas várias esferas da vida pessoal e social, mas cujo foco na sua operacionalização é diferente.

Segundo Gonçalves (2016), a arte está presente nas três áreas principais de atuação do Envelhecimento Criativo, isto é, bem-estar (saúde), comunidade (desenvolvimento cultural e cívico) e aprendizagem ao longo da vida (programas de ensino de base comunitária). A arte é encarada como uma necessidade biológica (Dissanayake, 1992), bem como um direito. Tem-se como uma forte aliada nas ações de prevenção e reabilitação, terapêuticas e educacionais, bem como uma ferramenta poderosa no exercício da cidadania e emancipação dos sujeitos, por se configurar uma linguagem universal, primária, pré-verbal, versátil e flexível (Valladares & Fussi, 2003, in Lopes, 2011).

As expressões artísticas arranjam alternativas, simbólicas, para a “recuperação biológica, psicológica, social e imunológica dos idosos” (Guedes et. al., 2011, p. 731). Para lá da componente estética, importam os significados que transportam; importa o reflexo espontâneo que transparecem e despertam do Eu. As expressões artísticas ajudam a decifrar o que de mais interno há da identidade e afirmá-la. E, no caso destas pessoas mais velhas (late life bloomers), importa, igualmente, como (re)significam o seu tempo. A prática artística possibilita que a pessoa idosa se faça ver e ouvir e dê a conhecer ao mundo, sobre o qual age, um ser que transporta consigo história e cultura, alheio ao quadro negro que pintam do seu envelhecer, revalorizando-se. Devolve-lhe a autoria, aceitando-se a si e à sua realidade. Exige dos outros um olhar curioso, empático, livre de preconceitos, ultrapassando-se imagens pré-concebidas e reconhecendo o papel do outro que se desvenda.

A criatividade e a arte são património natural de um sujeito histórico, consciente, cultural, sensível e inacabado, ainda que em graus e áreas de expressão diferentes (Freire, 1987; Ostrower, 2001). Muitas valências são inatas, mas, sobretudo, podem ser continuamente desenvolvidas, por meio da experimentação e educação, porque, como afirma Freire (2006), somos todos criadores potenciais.

3. Metodologias da Investigação

Atendendo à complexidade do Envelhecimento Criativo, optou-se pelo estudo de caso, possibilitando uma pesquisa mais exploratória deste fenómeno, num contexto concreto que nos poderá servir de exemplo (Yin, 2003). Optou-se por uma metodologia epistemológica qualitativa, sob o paradigma interpretativo, valorizando um universo imenso de significados, aspirações, motivos, crenças e valores (Minayo, 1996). Alicerçada na triangulação de técnicas, num primeiro momento, recorremos às entrevistas semiestruturadas com as coordenadoras (CE1 e CE2) do projeto das entidades promotoras (E1 e E2), visando uma contextualização do projeto e insights sobre a problemática (Dicicco-Bloom & Crabtree, 2006; Gonçalves, 2004). Num segundo momento, reunimos um grupo de discussão com os principais sujeitos, ambicionando um maior envolvimento e, assim, “extrair das atitudes e respostas dos participantes do grupo, sentimentos, opiniões e reacções que se constituiriam num novo conhecimento” (Galego & Gomes, 2005, p. 175).

Como sugerido por Morgan (1997), orientámo-nos por uma estratégia de “funil”, estruturando o guião por categorias de análise: apresentação/quebra-gelo; envelhecimento (autoperceção, entendimentos deste processo e da relação pessoa idosa e sociedade) – conceito de ativo a criatividade (conceito de criativo; práticas artísticas e a sua conexão com o “bem envelhecer”) – relação com o projeto em questão.

No presente estudo, foram entrevistadas, em conjunto, as duas coordenadoras técnicas. Num segundo momento, o grupo de discussão contou com sete late-life bloomers, sendo cinco pessoas do sexo feminino e duas do sexo masculino. Destas sete flores (assim as nomearemos para preservar o anonimato), uma delas – a mais velha – não está atualmente integrada no projeto, mas considerámos pertinente manter esta visão externa, igualmente representativa de temas que extrapolam o próprio projeto. As demais integram-no, mas em diferentes atividades, tendo começado em alturas distintas. Com idades compreendidas entre os 58 e 86 anos, todas as pessoas se encontram reformadas, sendo que quatro delas por reforma antecipada devido a questões de saúde.

4. Análise e Discussão dos Resultados

Resultados da entrevista

Na entrevista às coordenadoras do projeto (CE1 e CE2), foi percetível o papel das terapias ocupacionais promovidas pela entidade promotora E2 e das ações artísticas realizadas pela entidade promotora E1, com vista à concretização de um Envelhecimento ativo e Criativo, não como alternativa, mas como novo paradigma.

Considerando o envelhecimento um processo natural que acontece com todos nós, a E1 e a E2 deparam-se com realidades um pouco distintas. Na E2, a intervenção desenvolve-se em torno de um envelhecimento mais vulnerável e patológico, dando um apoio domiciliário. Já na E1, são idosos mais autónomos, não têm muitos problemas de saúde ou têm, mas isso não os impede de vir (CE1).

A sociogenia e o idadismo, enquanto visão estereotipada veiculada a uma sociedade que privilegia a imagem e os adultos mais jovens (Couto et al., 2006; Lima, 2010), e o papel do idoso na contemporaneidade ocidental foram objeto de estudo. Ambas as coordenadoras consideraram que “as coisas têm vindo a melhorar”, alertando que se trata de um processo moroso, que encontra resistências face ao enraizamento cultural que, inclusive, prevalece na construção das respostas sociais para esta população. Assim, a CE2 salienta que os serviços que projetam para os idosos são eles próprios preconceituosos. Além de uma inadequada construção de equipamentos que em nada favorecem a população idosa, considera que não vão ao encontro das suas reais necessidades, da sua heterogeneidade, ficando a promoção de Envelhecimento ativo e Criativo condicionada ou mesmo anulada. A população idosa é integrada em algo que é citado e, desta forma, constitui-se como um processo de integração e não de inclusão. Para a técnica da CE1, fica bem vincada a ideia de que a sociedade infantiliza os idosos. Alerta ainda que os próprios idosos estão tão embrulhados nesses preconceitos e nessa ideia de que não são capazes, que têm muitas barreiras, que estão velhos (…) que acabam mesmo por incorporar isso, com repercussões negativas no seu bem-estar subjetivo.

A CE2 tem uma visão positiva sobre o papel dos idosos, na medida em que entende ser fundamental a valorização do papel deles na sociedade, educando, desde logo, os mais novos, uma vez que consideram que os mais velhos tinham muito mais para dar ao nível dos valores, aprendizagem e conhecimento. Refere que é necessário perceber muito bem como está este idoso, que obstáculos é que ele tem e as potencialidades que ele ainda apresenta, de acordo com o sentimento de integridade versus desesperança que a teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson explicita (Maree, 2021).

Para dar respostas aos desafios e fomentar novas oportunidades, as coordenadoras procuram, nesta aliança, um trabalho multidisciplinar, em que se preconiza o processo criativo como fonte de enriquecimento cognitivo, social, cultural, individual, não se restringindo a ações que visem os cuidados de saúde e farmacológicos, mas o desenvolvimento holístico.

Percebe-se, no discurso das técnicas, o entendimento da criatividade como deixar a loucura tomar conta de nós. Nós estamos sempre a ser formatados e manter aquela linha, a criatividade é sair daí (CE1). Problematizam as lacunas do sistema de ensino que, desde o pré-escolar, descura “a boniteza” (Freire, 1987), em prol de uma educação bancária, com uma lógica up-down (Pacheco, 2022). Acreditando que os mais velhos são herdeiros desta educação de subalternidade (Monteiro, 2019), promovem, então, caminhos criativos, permitindo aos seniores dar largas à imaginação, à experimentação e ao fazer diferente. Para que seja consumada essa rutura, abrindo horizontes a um novo paradigma, as técnicas afirmam ser necessário ouvir o que os idosos têm a dizer (CE1) e, pela veia artística, dar-lhes voz e que eles tenham um papel mais ativo na sociedade e que reconheçam esse papel (CE2). Na linha de pensamento de Boal (2009), visam com este projeto a emergência de consciências (consciência crítica) para a capacitação, transformação, e emancipação dos indivíduos. Estes deixariam de ser, por conseguinte, meros consumidores (sujeito passivo), para passarem a ser os criadores, os autores e produtores de cultura, da sua realidade, historicidade e contextos, com um impacto do ponto de vista individual, e, consequentemente, na comunidade (micro) e na sociedade (macro), segundo a teoria do desenvolvimento bioecológico de Bronfrenbrenner (1992, in Benetti et al., 2013). Problematiza-se o futuro com esperança, e recusa-se a sua inexorabilidade (Freire, 2022).

No respeitante ao entendimento de Envelhecimento Criativo, ainda que demonstrem algum desconhecimento, a coordenadora da CE1 refere: Para mim, é que sejam dadas as ferramentas, no caso de já não as terem, de libertar exatamente essa criatividade (…) atividades que os enriqueçam, que os motive a estarem vivos, a levantarem-se e a ter uma rotina. Não necessariamente artísticas. Na senda do explanado na revisão teórica, é consensual que a criatividade não tem idade e que tem que ser uma coisa trabalhada ao longo da vida (CE2), podendo estar mais desenvolvida numas pessoas do que noutras.

Neste seguimento, impõe-se o contraponto “ser ativo” e “ser criativo”, revelando-se nos seus discursos alguma imprecisão. Ambas priorizam “ser ativo” em detrimento de “ser criativo”: é assim, a atividade influencia sempre aqui a criatividade. Creio que na tabela de prioridades é mais importante ser-se ativo, com saúde, do que criativo, a meu ver (CE1). A representante da entidade promotora E2 complementa relembrando que na estratégia nacional para o envelhecimento ativo e saudável não me lembro de falar lá na criatividade (…) mas pronto, também é um documento muito voltado para a saúde e eles não entendem, se calhar, a criatividade como um elemento também, importante para a saúde. Ideias que reforçam o destaque ao envelhecimento ativo, saudável e bem-sucedido, bem como a confusão quanto aos mesmos conceitos, como exposto na literatura mencionada. Porém, pouco depois, apontam: Mas a criatividade, por outro lado, também ajuda a que a atividade seja influenciada. Se calhar, se não tivessem um espaço para ir não saiam de casa e não estavam ativos (CE1). Embora na prática projetem as ideias do paradigma proposto, denota-se, nas suas reflexões, alguma dificuldade de entendimento do próprio papel da criatividade neste processo. À semelhança do que defendemos neste artigo, após muita discussão entre as coordenadoras, acabar-se-ia por concluir que criatividade e atividade são um contínuo, e não conceitos dicotómicos: ser criativo influenciaria o ser ativo e este, muito ligado à questão da motricidade, facilita a criatividade, ainda que não seja uma relação proporcional.

A arte, por exemplo, independentemente da sua área de intervenção, aparece enquanto força motriz, capaz de despoletar no idoso formas de ser criativo, independentemente do seu grau de mobilidade. Estimula o desenvolvimento físico e cognitivo, contribuindo para promover a autonomia e mitigar os efeitos de quadros demenciais, como, aliás, os estudos citados defendem (Gonçalves, 2016; Guedes et al., 2011). Favorece-se, portanto, a desconstrução da imagem de envelhecimento, esbatendo preconceitos.

No caso da hospitalização domiciliária e de pessoas em diferentes graus de dependência e processos demenciais, com características muito específicas, com muitas necessidades, mas também com muitas potencialidades (CE1), a situação parece ainda mais difícil, mas, por isso mesmo, afigura-se fulcral estímulos como as terapias ocupacionais: Nestes casos, a criatividade está dentro de quatro paredes e o desafio é muito maior (CE2).

Advoga-se que o trabalho social apresente uma oferta variada que possa satisfazer a diversidade de interesses dos participantes, que, envolvidos em todas as fases, podem dar o seu feedback para se refazer e inovar. Disso são exemplo as atividades como o tai-chi, yoga, artes plásticas, expressão dramática e musical, dança, culinária e tecnologias da informação. Atividades que se apresentam, igualmente, como um espaço de encontro e convívio entre pessoas com deficiência, crianças e adultos (CE1). Revela-se, portanto, que na conceção do próprio projeto já se encontram inerentes os pressupostos defendidos neste paradigma.

As entrevistadas fazem, em suma, um balanço positivo do projeto e da respetiva aliança entre as duas entidades promotoras (Médicos do Mundo e EspaçoT), que possibilitou não só atender às necessidades e vontades dos seus participantes, como alargar o campo de intervenção e estreitar os laços de proximidade com a comunidade. Ressalvam que, apesar dos importantes apoios financeiros conseguidos mediante a proposta do projeto em estudo, a sustentabilidade destas iniciativas ainda é uma lacuna. Ainda, reconhecem a necessidade de, na conceção de futuros projetos, se ponderar a integração do conceito de Envelhecimento Criativo.

Resultados do Grupo Focal

O grupo de discussão promovido veio corroborar muitas das questões proferidas pelas coordenadoras. Desde logo no momento de apresentação, foi possível perceber o orgulho perante a idade e a vontade de alcançar ainda uma maior longevidade saudável e ativa. Os participantes apresentam-se como pessoas que já muito fizeram e muito ainda querem fazer, percebendo-se, ao longo da conversa, a dualidade com que algumas se debatem: ora contentamento por continuarem a florescer com todos estes anos, sem complexos etários, não se identificando com o que lhes é socialmente associado em virtude da sua idade; por outro lado, há manifestamente o medo de morrer e envelhecer, evidente em algumas pessoas, ou seja, gerontofobia (Fonseca, 2006).

Percebe-se que são pessoas que têm a criatividade muito presente nos seus dias. No geral, aludem, primeiramente, a um gosto enorme por conviver e conversar, divertir-se e alhear-se da solidão no encontro com pessoas de todas as idades. Explicitam gostos como: ler, escrever, bordar, trabalhos manuais, dançar, ouvir música e ver teatro de revista.

Deste mútuo conhecimento, é percetível a necessidade que sentem de poderem ainda fazer coisas de forma independente, criar, gerar algo novo pelas suas próprias mãos. Nesta sequência, o próprio grupo encaminha-nos para o tema da autonomia. Urge uma pronta afirmação, consensual entre pares: estou a 100% independente, a minha filha não precisa de me fazer nada, governo a minha vida, governo tudo e saio à rua e resolvo aquilo que quero e o que não quero (nome fictício: Hortênsia). Há um evidente reforço de que a idade não é um critério para se sentirem capazes de realizarem todas as atividades da vida diária sem auxílio. Nos casos em que admitem o condicionamento advindo de algumas fragilidades físicas – referidas sempre como resultantes de acidentes ou problemas de saúde e nunca à idade -, depressa acrescentam: Mas eu acho que ainda vou conseguir. Não vou desistir tão facilmente (nome fictício: Azálea). Destaca-se a resiliência e vontade de fazer e viver destas pessoas que, contudo, mencionam como verdadeiro constrangimento à sua independência a condição financeira: míseras reformas. Esta é uma situação que, também no grupo, emerge como um constrangimento para continuarem com um estilo de vida desejável.

Prosseguimos com as (auto)perceções sobre “ser velho” ou uma “pessoa idosa”. Esclarecem, de imediato, que: Eu não gosto que me chamem de velha nem idosa (nome fictício: Urze). Acrescentam: Eu não sou um velho porque eu tenho um espírito muito jovem ainda (nome fictício: Crisântemo). Não se identificam, na sua maioria, com os estigmas associados a uma pessoa mais velha. Inclusive, realçam: eu dou-me bem com gente mais nova do que eu (Crisântemo), como se comprovassem, assim, a capacidade de equiparar-se e contrariar uma qualquer marginalização. Reconhecem “velho” como um estereótipo, como uma camisola. Não somos velhos, temos mais uso, mais experiência, mais vontade e sabedoria. Além de que temos de nos integrar com as coisas novas. Não somos velhos gagás! (nome fictício: Clívia).

É neste ambiente que se desenrola a discussão sobre como acham que a sociedade encara quem envelhece e que papel desempenham na mesma. Foi curioso depararmo-nos com uma reação oposta à que esperávamos: começaram por dizer que não sentiam nenhum tratamento diferenciado ou depreciativo. Porém, ao longo da discussão, percebe-se uma certa indignação perante um mercado de trabalho que não se vai adaptando às suas necessidades e especificidades, e perante a desvalorização, negligência e descrédito que lhes é atribuído aquando da reforma, como se fossem um fardo. Sentem que, durante anos muito, contribuíram para o país e que continuam a contribuir tanto na família (ex. cuidados) como na comunidade (ex. voluntariado). Reforçam que se sentem pessoas ativas, capazes e úteis.

A participação no projeto em estudo é apontada, assim, como uma prova que nós com os nossos 65 ou 86 anos, que se consegue ir além (nome fictício: Camélia). Afirmam, ainda, que: Eu acho que deveria existir mais espaços como este! (nome fictício: Azálea). Confessam, então, que Como se diz, a gente sozinha em casa fica choné, não aprende nada e aí é que fica velha (nome fictício: Clívia). Adentrámos, assim, nos motivos que os trouxeram até ao projeto, que os incentivam a continuarem e, até, a recomendarem a outras pessoas.

Dirigem-se à associação e frequentam as aulas porque gostam, sempre encontrando forma de unir o que vão descobrindo com as suas vidas pessoais. Têm uma grande liberdade nas atividades que desenvolvem, e os facilitadores estão abertos a ouvir as suas sugestões de conteúdos, incentivando-os a executar projetos autónomos. Para alguns deles permite-lhes a libertação de angústias, de alegrias e de tristezas.

Nas várias dimensões do envelhecimento, a pessoa idosa confronta-se com ruturas de laços sociais, como os laços de filiação, eletivos, de participação orgânica e, não raras vezes, de cidadania (Paugam, 2017). Encaminha-os para a morte social (Lima, 2010), contrariada por intervenções como esta. Partilham, então, que aqui encontram um espaço de convívio, de diálogo, onde são ouvidos, respeitados, envolvidos e onde as suas vontades e necessidades são tidas em conta.

Acrescentam, ainda, como motivo para se envolverem: Porque, para mim, vou aprender coisas novas, vou conhecer gente e vou descobrir alguma coisa que tenha talento e não sei (nome fictício: Clívia). Percebem que todos podem criar e dar asas à sua imaginação, aumentando a sensação de realização pessoal. Tal como dizia Cabeza (2009) sobre o ócio, defendem o projeto como uma oportunidade de fazerem o que, em tempos, não puderam, (re)descobrirem competências e de se desafiarem, continuando a desabrochar. Este é um espaço de possibilidades, como falava Ostrower (2001), conforto, segurança e bem-estar, que os retira da inércia e do isolamento, colocando-os fisica, cognitiva e criativamente em movimento. Revelam a surpresa por se descobrirem a ter jeito e um forte entusiasmo e orgulho pelo que têm conseguido fazer: Tremo, tremo das mãos a pintar, mas ainda gosto, tenho aqui um quadro (nome fictício: Urze). Estas pessoas encontram neste projeto um espaço de irem para além das condicionantes, de reconhecerem que ainda são capazes; de se verem para lá de uma doença ou problema; reinventam-se, redescobrem novos meios de continuar a aprender(se) e a participar, lançando a provocação: Porque é que só os jovens é que podem? (nome fictício: Azálea).

Considerações Finais

Este projeto social e artístico, estudado e exposto, é um forte exemplo da importância de incentivar o potencial criador nas idades mais avançadas. Nele, as pessoas mais velhas são tidas como sujeitos protagonistas que se munem de ferramentas para a superação de constrangimentos e para a transformação ecológica e sistémica, com novos meios de aprendizagem, que não só se pretende que seja promovida ao longo da vida, como também com a vida e para a vida, continuando a instigar potencialidades. Uma prática humanizadora, com uma visão multifacetada e transversal, que procura novas metodologias, flexíveis, integradas, contextualizadas e adequadas a estes adultos, com histórias de vida, experiências e saberes próprios e com um trajeto de vida a percorrer ainda com sonhos e utopias.

Urge fomentar políticas, projetos e práticas que elevem o ser ativo a ser CriAtivo, num exercício que se pretende diário e transversal, muito para lá de uma mera obra e, para tal, é necessário um esforço de adoção de “um modelo de organização comunitária para outra de carácter societário, a solidariedade mecânica vai dando lugar à ‘solidariedade orgânica’, característica da sociedade moderna” (Osório, 2007, p. 91). É premente a criação de projetos educativos, de aliança ética e estética (Freire, 2022), adequados às necessidades e especificidades da população idosa, de maneira que seja possível o desenvolvimento de “aptidões, capacidades e competências” (Sesinando, 2020, p. 5).

O novo paradigma reclama, em suma, o aproveitamento de todo o capital humano, em todo o ciclo de vida, numa lógica de solidariedade intergeracional, ultrapassando uma “sociedade do desperdício”, como exposto por Simão (2022, p. 14), que aponta como o exemplo mais gravoso deste desperdício a desvalorização dos “recursos representados pelos idosos” (p. 15). Essa desvalorização não significa só uma perda para os mais velhos, mas também para a sociedade, que se vê privada “de um potencial do saber, da competência e de experiência e conhecimento tão úteis e tão necessários” (Simão, 2022, p. 15). É fulcral resguardar e potencializar um presente com passado, especialmente para se pensar num futuro sustentável.

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References
1 Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. E-mail: 3220095@ese.ipp.pt.
2 Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. E-mail: 3140505@ese.ipp.pt.
3 Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. E-mail: 3220105@ese.ipp.pt.
4 Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. E-mail: 3220107@ese.ipp.pt.
[1]Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do … Continue a ler, Ana Pinho de Carvalho((Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela" data-link="https://sinergiased.org/florir-no-inverno-da-vida/">

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1 Estudante do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. E-mail: 3220095@ese.ipp.pt.