Tipologia de publicação: Recurso pedagógico digital

Responsabilidade: Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro

Autores/as: Mónica Lourenço (org.), Ana Catarina Cintrão, Ana Costa, Ana Isabel Andrade, Ana Raquel Simões, Ana Rita Vaz, Bruna Batista, Clara Pires, Elisa Andreia Carvalho, Filomena Martins, Francisco Silva, Salomé Costa, Sara Rocha e Tatiana Oliveira

Língua: Português

Data de publicação: Novembro 2022

Número de páginas: 170

Acesso: https://ria.ua.pt/handle/10773/35386

Apresentação

Nesta publicação partilham-se um conjunto de propostas pedagógico-didáticas de educação para a cidadania global (ECG) integradas no currículo escolar português (desde a educação pré-escolar ao ensino secundário) e que resultam de trabalhos desenvolvidos por estudantes da Licenciatura em Educação Básica e dos Mestrados em Educação e em Ensino do Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro nos últimos sete anos.

A publicação organiza-se em seis capítulos que são antecedidos por um breve enquadramento e fundamentação, no qual se apresenta e discute o conceito de ECG, se revisita o seu percurso em contexto português, e se reflete sobre o seu espaço no currículo. Cada capítulo encontra-se organizado de forma similar, sendo composto por: (i) uma breve introdução, na qual se contextualiza a proposta e alguns dos temas e conceitos inerentes ao seu conteúdo; (ii) uma síntese das atividades e seus objetivos; (iii) uma descrição detalhada de cada sessão em quatro momentos – motivação, descoberta, sistematização e atividades de extensão; (iv) as referências bibliográficas e/ou obras trabalhadas. Os recursos necessários para a realização das atividades propostas apresentam-se nos anexos.

O primeiro capítulo, intitulado “Nós, tu e o mundo”, da autoria de Ana Rita Vaz, Sara Rocha e Filomena Martins, apresenta um projeto de ECG destinado a crianças em idade pré-escolar (3 a 6 anos), que tem como principais objetivos sensibilizar à diversidade linguística e cultural e desenvolver atitudes de aceitação, valorização e respeito pelo Outro. Assente em atividades lúdicas e na exploração de obras relevantes da literatura infantil nacional e internacional, a proposta explora os valores da amizade, do respeito pelo Outro e da entreajuda e incentiva à reflexão sobre o direito à educação e ao brincar para todas as crianças do mundo.

O capítulo 2, “O Principezinho somos todas!”, partilha uma proposta de educação para a cidadania global e para o desenvolvimento sustentável, destinada a crianças do 2.º ano de escolaridade do 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB), e foi concebida por Bruna Batista, Francisco Silva e Ana Isabel Andrade. A obra O Principezinho de Antoine de Saint-Exupéry, explorada em diferentes formatos, suportes e línguas, serve de mote às 10 sessões do projeto, ao longo das quais as crianças realizam diversas atividades que visam consciencializá-las acerca do seu papel e responsabilidades enquanto cidadãs de um mundo global e biocultural.

No capítulo 3, com o título “Juntas, aprendemos e ensinamos a ver o nosso mundo!”, Ana Catarina Cintrão e Filomena Martins apresentam uma proposta para crianças do 4.º ano de escolaridade do 1.º CEB que articula questões globais (como o comércio justo e o trabalho infantil) com conteúdos curriculares. Utilizando estratégias de sensibilização à diversidade linguística, a proposta explora o tema da produção de cacau como ponto de partida para uma reflexão sobre as línguas, as suas semelhanças e diferenças, bem como sobre as causas e consequências de determinados problemas globais. O objetivo é sensibilizar as crianças para os problemas que afetam o mundo e para a importância de agirem de forma consciente, pensando sobre as suas atitudes e escolhas.

No capítulo 4, partilha-se o projeto “Na minha mala cabe o mundo”, desenvolvido por Ana Raquel Simões, Ana Costa, Salomé Costa e Tatiana Oliveira com crianças do 4.º ano de escolaridade. Tendo como fio condutor a ideia de uma mala, símbolo de conhecimento e bagagem cultural, neste projeto as crianças descobrem a diversidade linguística e cultural existente no mundo, exploram as assimetrias e desigualdades entre países e pessoas e compreendem o que é ser um/a cidadão/ã global, parte integrante de uma manta tecida com muitas cores e padrões.

O capítulo 5, da autoria de Clara Pires, Ana Isabel Andrade e Ana Raquel Simões, apresenta uma proposta pedagógico-didática para a aula de língua inglesa no 1.º CEB que tem como título “Picture the world!”. O título é uma alusão aos álbuns ilustrados (picturebooks) que servem de suporte às quatro sessões do projeto e que exploram temas que se relacionam com a sustentabilidade do planeta, o respeito e a valorização da diversidade. A partir da leitura dos livros, cujas temáticas se articulam com conteúdos do programa de língua inglesa, as crianças desenvolvem o gosto pela leitura e realizam aprendizagens significativas ao nível de conhecimentos, capacidades, atitudes e valores próprios de uma cidadania global.

Finalmente, no capítulo 6, Elisa Andreia Carvalho e Mónica Lourenço apresentam o projeto “Act to be”, desenvolvido na aula de língua inglesa com alunas e alunos do 11.º ano de escolaridade. Organizado em torno das quatro dimensões da competência global (investigar o mundo, reconhecer perspetivas, comunicar ideias e agir), o projeto foca questões como a pobreza, o trabalho infantil, o comércio justo e o direito das meninas à educação, com o objetivo de promover uma maior compreensão do mundo em que vivemos e despertar nas alunas e nos alunos a vontade de agir para, em conjunto, encontrarem soluções para os desafios deste mundo globalizado.

O conjunto de seis propostas não esgota, contudo, os temas, as abordagens, as atividades e os recursos possíveis para abordar a ECG em contexto formal com crianças e jovens. Os caminhos para concretizar projetos mais alinhados com a construção de uma cidadania participativa e crítica passam por um trabalho colaborativo e interdisciplinar, que envolva escolas, família e comunidades em diálogo, e por uma vontade de “fazer diferente” para “fazer melhor”, caminhando numa atitude de aprendizagem permanente. Espera-se que esta publicação possa contribuir para motivar, inspirar e apoiar educadoras e educadores, no sentido lato do termo, na integração da ECG nas suas práticas e nas suas escolas, de forma mais holística, intencional e articulada com o currículo.

Compartilhe nas suas redes