Tipologia de publicação: Compilação de ensaios escritos e visuais sobre o papel da arte no ativismo antirracista em prol da transformação social

Responsabilidade: SOS Racismo

Autor: SOS Racismo

Língua: Português

Data de publicação: Outubro de 2021

Número de páginas: 120

Acesso: https://www.sosracismo.pt/produto/caderno-micar-2021

Apresentação

Os espaços materiais e simbólicos que habitamos, as suas estéticas e a sua organização contam-nos histórias sobre quem somos, definem o nosso lugar e o das outras pessoas. Quem teve o poder de inscrever estas narrativas e de ordenar estes lugares assume também o poder de estruturar o futuro, aquilo a que cada um/a pode almejar e os formatos das nossas relações.

A história pós-Colombo foi construída com base numa ideia de globalização e progresso unilateral, racista, antropocêntrica, capitalista, patriarcal e heterossexista. O pós 2ª guerra criou uma ilusão de fraternidade e igualdade, sem que a ordem do poder fosse na verdade disputada. A ordem que até aqui reconhecemos parte do norte global, coloca-o e à sua linhagem no centro, definindo a partir deste as margens e estratificando-as. Este modelo esmaga e apaga a diversidade, distorce a sua presença histórica, confabula a normalidade e prescreve soluções competitivas de felicidade e de sucesso individual. Neste processo impede a resiliência das comunidades e a criatividade individual e coletiva. Repete-se obsessivamente o erro, anulando e oprimindo as pessoas cuja cor da pele, cultura, religião, género e sexualidade desafiam o poder e o status quo. O mesmo acontece em relação a modelos de desenvolvimento ou perspetivas de transformação social que contrariam a perspetiva dominante.

Nesta MICAR e na publicação que aqui se apresenta, tendo como mote o potencial da arte para a transformação social, procuramos destacar vozes e experiências que, a partir do cinema, da literatura, das artes visuais e da música contribuem para dar centralidade a narrativas contra-hegemónicas. Para com elas e através delas contribuir para uma visão do mundo pluriperspetivada, e mais coerente com a diversidade que marca a existência humana.

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